A melhor é a da câmera correndo pela casa como se fosse mais um dos serviçais preocupados com o sofrimento de Charlotte, enquanto ela se debate ao ouvir os sinos da igreja, que tocam a música a ela dedicada por Werther. Quando o marido chega em casa, ela é obrigada a se recompor e desfazer a comoção, em primeiro plano. São segundos dos mais sublimes já filmados.
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Claudio Leal diz nos comentários do post sobre A Troca que não gosto de melodramas, a não ser os mais antigos. Este desafio é, como diria Mario Puzo, uma proposta que não posso recusar. A seguir, e sem pensar muito, dez melodramas modernos, de 1990 até agora. Obviamente o período não é muito fértil, mas isso vale para todo o cinema de gênero.
A Época da Inocência, luxuosa homenagem de Scorsese a Visconti via Edith Wharton, se afirma cada vez mais, junto com New York, New York, como o fime mais subestimado da carreira do diretor. O sirkiano Longe do Paraíso, por sua vez, foi aclamado, mas os mesmos Oscars que legitimaram Menina de Ouro acabaram jogando contra a fama de O Paciente Inglês, obra com a marca de um David Lean: infinita delicadeza num cenário de dimensão épica. Vestígios do Dia, provavelmente o melhor Ivory, retoma o mesmo Lean menos famoso da obra-prima Desencanto, sobre um amor abotoado e britanicamente proibido.
1) Ondas do Destino, de Lars von Trier
2) As Pontes de Madison, de Clint Eastwood
3) Amor à Flor da Pele, de Wong Kar-wai
4) Dançando no Escuro, de Lars von Trier
5) O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee
7) Longe do Paraíso, de Todd Haynes
8) Menina de Ouro, de Clint Eastwood
9) O Paciente Inglês, de Anthony Minghella
10) Vestígios do Dia, de James Ivory
Um comentário:
A lista é perfeita, redime você, com certeza, de não ter gostado de A Troca.
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