domingo, maio 12, 2013

KIller Joe


Eu entendo que se admire William Friedkin por fazer mais um filme de momentos fortes, mas, me processem, essa soma de momentos fortes de Killer Joe, embora empolgante, tem como resultado uma tempestade de cinismo juvenil que eu esperaria de um David Fincher anos 90, e não de um William Friedkin. Eu já não ia muito com a cara de Bug (embora constate, obviamente: sim, tem muitos momentos fortes) e essa segunda incursão na adaptação teatral de Tracy Letts me parece confirmar a sensação de que Friedkin não tem mais nada a dizer realmente e pôs a sua capacidade de encenar momentos fortes a serviço de uma dramaturgia de efeito, cínica e adequadamente chocante - justamente para ser incensada como é. Killer Joe é um filme, e principalmente, um texto bem vagabundo. Bug era mais interessante, mesmo implorando por Cronenberg na direção.

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