segunda-feira, julho 23, 2007

Era Uma Vez em Macau


Num rompante de prova dos nove, vi um dos melhores filmes do ano. Há um tempo, peguei na locadora Breaking News, de Johnnie To, só para verificar se o diretor tão prestigiado era isso tudo mesmo. Naquele filme, virtuoso mas besta, o cara parecia uma fraude oriental que cresce aos olhos de críticos ocidentais. Nada como uma segunda chance: Exilados é incrível, lindo, majestoso, falso policial com alma de faroeste spaghetti, e dos bons.

As pistas já estavam lá, mas só percebi isso do meio para o fim, quando os personagens principais abandonam a cidade e resolvem assaltam uma “diligência” carregada de ouro. Vem a gaita, o cenário rochoso e árido, o sol. Aquela camaradagem do passado ganha a luz de Sergio Leone. Já era assim no início silencioso e tenso, num tiroteio triangular, no acerto de contas dos pistoleiros do apocalipse e da moral “o passado vem te pegar”.

Quando chega o ouro, a referência cinematográfica é completamente assumida, e tudo é resolvido num espetacular desfecho numa villa em Macau, com cara de México. Com uma viúva violenta e um aparente seqüestro em que a paga não é um punhado de dólares. Podia ser uma grande masturbação cinéfila, mas... Tem força o Johnnie To, e nunca deixa a homenagem ficar só na superfície. Faroeste é questão de moral, e da verdade dos personagens, e tá tudo aí, intacto. As fotografias, a amizade e o tempo, presente e passado – a homenagem é maior ao faroeste ou a Leone? Era Uma Vez em América?

Um comentário:

Gustavo disse...

Olá Saymon, descobri seu blog através do blog do Luiz Merten e gostei bastante, parabéns.

Também adoro Exilados, acho que o filme já se assume como western moderno logo nos primeiros minutos, com o tiroteio entre os tres amigos na casa de um deles. To merecia mais destaque por aqui...

Comentando um post abaixo, devo dizer que adorei Amor nos Tempos de Cólera. O miolo do livro realmente parece meio lento, chato até, mas depois a narrativa reganha força e mantem num excelente ritmo até o final. Pode até não ser um Cem Anos de Solidão, mas é um grande livro, assim como todos dos Márquez.

Depois de uma passadinha no meu blog

Abraços