Alguns atletas tem esse olhar triste, expressão meio trágica, que às vezes se mostra não apenas na derrota, mas também na vitória. Dia desses li numa piauí atrasada aquela seção "O Que Aprendi", por George Foreman. Emocionante e melancólico.
Richard Harris em This Sporting Life
A ficção se aproveita muito bem disso. Rapidamente, lembro do início de Jubiabá, num ringue. Também no mundo do boxe, num dos planos mais perfeitos da história do cinema, as luzes se acendem no ginásio, pouco antes da grande luta do protagonista de Rocco e Seus Irmãos. Que clima, hein?
Nem Desafio à Corrupção nem This Sporting Life passam pelo mundo do boxe, mas tem esse mesmo registro. O primeiro é sobre sinuca; o segundo sobre rúgbi. This Sporting Life tem mais a levada do boxe, com um contraste incrível entre a rudeza do protagonista Frank Machin e sua vulnerabilidade emocional. O cara é um monstro no campo - interpretação incrível de Richard Harris -, mas, entre quatro paredes, sofre de uma dor de amor brutal.
Paul Newman em Desafio à Corrupção
Sinuca pode ser um esporte mais sofisticado, que exige do atleta mais precisão e menos força, mas o diretor Robert Rossen consegue na cara de Paul Newman esse mesmo equilíbio entre a consciência do próprio talento (desvalorizado pelos outros) e os problemas psicológicos que isso causa. O personagem tem uma arrogância do bem, dos que sabem do que são capazes mas não têm a chance. Todo underdog é um pouco pretensioso, não?
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