quinta-feira, junho 11, 2009

John Wayne

John Wayne Pictures, Images and Photos

Esse post aqui vai pra Gabriela, que me ensinou a gostar de John Wayne ao me abrir os olhos para Rastros de Ódio. Pois é, eu vi de primeira e não entendi, e essa minha amiga que já foi definida como barbie indie (por Zezão Castro, que foi colega de redação dela no A Tarde, e mais tarde, meu colega também), de voz baixa e cabelo vermelho, ex-repórter do Dez e fanática por misses, leitora de Colette, Dostoievski, Anita Loos e F. Scott Fitzgerald (hoje ela mudou de gostos), me mostrou como aquele faroeste violento com um protagonista racista era um dos melhores filmes já feitos. Revi várias vezes o filme depois, e a cada vez mais o admiro.

(Depois desse parágrafo Gabriela podia me responder a mesma coisa que aquela garota que o personagem de Woody Allen em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa atormenta numa festa, enumerando seus círculos pessoais: "No, that was wonderful. I love being reduced to a cultural stereotype")

Pois bem, hoje é o aniversário de 30 anos de morte de John Wayne, esse ator maravilhoso, com sua cara talhada em pedra, cheia de rasgos trágicos, que foi ganhando impacto na tela não pela diferença de papéis, mas pela acumulação dessa sua presença única e inimitável, mesmo que pensemos os filmes de fora de ordem.

Como não associar a campanha militar de Marcha de Heróis à destruição do casamento de Rio Grande? O amor não-realizado de Ethan Edwards, de Rastros de Ódio, não é o mesmo de Tom Doniphon, de O Homem Que Matou o Facínora? John Wayne não era versátil, mas conseguiu criar múltiplas dimensões de um mesmo tipo, e era por isso que quanto mais filmes como ele a gente vê, mas ele parece real.

Gabriela, versada em John Wayne, me disse algumas vezes que ele parecia de fato uma pessoa conhecida, e é por isso que sentimos tanto carinho por ele na tela. Eu, ao menos, sinto, e a dor transmitida por ele quando sua voz metálica grita Martha depois daquela chacina promovida pelos índios é das maiores emoções do cinema.

2 comentários:

Angelov disse...

ahhhh obrigadinha pela associação com o meu tão querido Duke
e pelas coisas q vc citou, acho q não mudei tanto de gostos, não rsrs
beijos

Marcelo Miranda disse...

Muito bom post. Peguei carona e fiz um, bem mais sucinto, mas não com menos emoção e respeito.

E tinha ficado curioso com a definição da sua colega de "barbie indie, de voz baixa e cabelo vermelho". Felizmente ela respondeu aí e deu pra ver um pouquinho, :-)