Vi agora há pouco Dreamgirls, de Bill Condon. Ele dirigiu Kinsey, escreveu Chicago, que é bom. Dreamgirls, não. Cansa. Como um DVD Mariah Carey encontra Whitney Houston, mas com música provavelmente melhor. Galera canta muito, especialmente Jennifer Hudson, mas esse não é exatamente o tipo de música que que me prende por duas horas e dez minutos. Para quem gosta, sugiro comprar a trilha. Filme é número musical atrás do outro, estilo coletânea de clipes (em cima do palco, quase sempre), e que não tem nem a coragem de ser todo cantado. Tudo que é falado aqui é desnecessário, não somente pela bobeira da trama, mas porque, em várias situações, músicas substituem diálogos.
***
Musical todo cantado é Os Guarda-Chuvas do Amor, de Jacques Demy. Venceu a Palma de Ouro em Cannes, quando o presidente do júri foi Fritz Lang (Metropolis, M - O Vampiro de Dusseldorf), batendo Deus e o Diabo na Terra do Sol, merecidamente. Música sem parar, colorido intenso, uma paixão quase água-com-açúcar. Que filme venenoso. Num golpe genial de roteiro, o amor é interrompido pela guerra. Fica tudo tão imensamente triste. Melancólico. O cara volta da guerra, mas não espere final feliz. E a sinfonia não pára.
Nenhum comentário:
Postar um comentário