domingo, outubro 21, 2007

Lost in Translation

Já tinha postado isso num comentário no blog de Gabriela, mas deixa eu compartilhar. Um clip com cenas de Lost in Translation com Trouble, do Coldplay, na trilha. Difícil olhar para Scarlett Johansson sem um protetor contra paixão. Mas eu não devia gostar desse clip. Gosto de Coldplay, mas juntar essa música ao filme é apelação. Que seja concessão minha à obviedade, então.

Devia rever o lindo filme da menina Coppola. O último, Maria Antonieta, é dotado de incrível fermento mental - quanto mais você pensa nele, melhor ele fica. Aquele primeiro, Virgens Suicidas, era de uma melancolia implacável. Esse do meio é o melhor. Lindo. Adulto. Complexo. Romantismo melhor e recente, só aqui. Ou aqui. (Não é versão do filme - a de Nat King Cole - mas casa perfeito com a montagem. Viva a reapropriação).

***

Santiago, de João Moreira Salles, talvez seja o melhor filme do ano. Mostra o diretor homenageando o mordomo do casarão de seu pai, figura apaixonada por todas as nobrezas, por ópera e cinema. Lembra algumas coisas - para comparar e não ter que assumir a responsabilidade de elaborar o pensamento: 1) Cães Negros, de Ian McEwan e o biógrafo se descontruindo enquanto escreve o livro; 2) referência óbvia, mas o grande livro Vestígios do Dia, de Kazuo Ishiguro; 3) o senso de decadentismo e de evaporação da aristocracia em vários filmes de Visconti, especialmente O Leopardo.

As coisas mudam para continuar as mesmas? Nem sempre, e às vezes a solução é se refugiar voluntariamente no passado, como fez o próprio conde vermelho, e mais recentemente, o russo Aleksandr Sokurov.

5 comentários:

Angelov disse...

eu deixei minha cópia de marie antoinette em ssa e, sabe o que percebi?

que sinto saudade da kirsten dunst.
digo, da maria antonieta.

ah, vc entendeu. saudade daquele rosto, das musicas, das cores

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Rapaz, não sei se você vai entender isso como uma crítica às suas críticas (forma texto). Não é isso.
Mas acho você um blogueiro impecável. Tem coisas que leio aqui, coisas com uma tamanha liberdade que, putz (para usar uma expressão sua), não se vê na crítica em geral.

Só de vez em quando surge algo como o comentário de Inácio Araújo sobre "Pássaros", semana passada na Bolha.
Ou como muitos dos seus posts cinematográficos.
Keep goin'!

Anônimo disse...

Só pra constar: o comentário apagado eu reproduzi embaixo. Só apaguei para corrigir um negócio.

Saymon Nascimento disse...

Valeu, Diego!