Pois bem, foi uma longa década sem Julia, mas agora ela está de volta com Duplicity (Dupla Sedução aqui em Angola, Duplicidade no Brasil), e caramba, ela continua com todos os poderes em máxima voltagem. Julia ainda sabe apertar a boca enorme na hora certa com cara de séria, seduzir com o olhar sem nunca chegar perto da vulgaridade e projetar aqui e ali uma melancolia cheia de charme. Isso sem falar naquela gargalhada contagiante em breathtaking cinemascope & stereophonic sound. É como o amigo Vitor Pamplona diz: "Julia Roberts não é bonita, mas se comporta como se fosse". Tá feita a mágica.
Pena que o filme não se entregue completamente à tarefa de ser um veículo para a atriz nem desista de vez de ser puro cinemão. O diretor Tony Gilroy é o roteirista da excelente série Jason Bourne. Seu primeiro filme na direção, Conduta de Risco, é um show de sobriedade e clima, e descontrói um astro do porte de George Clooney com muita segurança.
Em Duplicity, os pontos altos vêm justamente quando Gilroy relaxa e deixa Julia Roberts ser Julia Roberts ao lado de seu interesse romântico, o mesmo Clive Owen de Closer. Muito boas as cenas de romance em Dubai, Roma, Londres e até mesmo Cleveland... Quando o filme entra na trama de conspiração de megacorporações, há uma tensão mal resolvida entre o thriller e sátira, sem aquela desenvoltura embasbacante de Soderbergh na série Ocean. Gilroy não chega perto, e parece apenas dirigir com um pouco de prisão de ventre, sem arrebatar a plateia por suas qualidades de produtão ou pelas suas impressoes digitais de autoria. Isso talvez explique o fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. Veredicto: o filme é ok para bom. Julia Roberts é dez.
2 comentários:
Também acho o casamento do meu melhor amigo, junto com versão cinderela moderna (uma linda mulher) coisinhas deliciosamente descartáveis, mas que de vez em quando, são necessárias pra desopilar o fígado.
É uma das melhores atrizes que eu conheço. Ela joga muito bem todos os jornais. Eu realmente gostei desse filme e eu adorei ver seus cabelos coloridos. Beijos
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