sexta-feira, abril 10, 2009

Enfim, Julia Roberts

Tirando os filmes da série Danny Ocean, Julia Roberts estava há algum bom tempo longe das telas em seu modo superstar. Como senti falta! Ninguém tinha tanto carisma quanto ela no final dos anos 90. O Casamento do Meu Melhor Amigo e Um Lugar Chamado Notting Hill têm cadeira cativa no meu panteão de filmes maravilhosamente descartáveis. Junte-se a essa lista o "drama" Erin Brockovich - cuja única razão de existir é a explosão de stardom de La Roberts - e temos a maior sequência de magnetismo hollywoodiano desde o final do sistemas de estúdios.

Pois bem, foi uma longa década sem Julia, mas agora ela está de volta com Duplicity (Dupla Sedução aqui em Angola, Duplicidade no Brasil), e caramba, ela continua com todos os poderes em máxima voltagem. Julia ainda sabe apertar a boca enorme na hora certa com cara de séria, seduzir com o olhar sem nunca chegar perto da vulgaridade e projetar aqui e ali uma melancolia cheia de charme. Isso sem falar naquela gargalhada contagiante em breathtaking cinemascope & stereophonic sound. É como o amigo Vitor Pamplona diz: "Julia Roberts não é bonita, mas se comporta como se fosse". Tá feita a mágica.



Pena que o filme não se entregue completamente à tarefa de ser um veículo para a atriz nem desista de vez de ser puro cinemão. O diretor Tony Gilroy é o roteirista da excelente série Jason Bourne. Seu primeiro filme na direção, Conduta de Risco, é um show de sobriedade e clima, e descontrói um astro do porte de George Clooney com muita segurança.

Em Duplicity, os pontos altos vêm justamente quando Gilroy relaxa e deixa Julia Roberts ser Julia Roberts ao lado de seu interesse romântico, o mesmo Clive Owen de Closer. Muito boas as cenas de romance em Dubai, Roma, Londres e até mesmo Cleveland... Quando o filme entra na trama de conspiração de megacorporações, há uma tensão mal resolvida entre o thriller e sátira, sem aquela desenvoltura embasbacante de Soderbergh na série Ocean. Gilroy não chega perto, e parece apenas dirigir com um pouco de prisão de ventre, sem arrebatar a plateia por suas qualidades de produtão ou pelas suas impressoes digitais de autoria. Isso talvez explique o fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. Veredicto: o filme é ok para bom. Julia Roberts é dez.

2 comentários:

Andreia Santana disse...

Também acho o casamento do meu melhor amigo, junto com versão cinderela moderna (uma linda mulher) coisinhas deliciosamente descartáveis, mas que de vez em quando, são necessárias pra desopilar o fígado.

Rocio disse...

É uma das melhores atrizes que eu conheço. Ela joga muito bem todos os jornais. Eu realmente gostei desse filme e eu adorei ver seus cabelos coloridos. Beijos