Hidden Figures é isso, e também um filme de mulher forte. Não vai ter super-herói, mas vai ter machismo (e no caso, racismo), e todas as tintas das personagens que não são protagonistas sem bem traçadas. Há a rival racista, o engenheiro preconceituoso, o chefe de bom caráter. Não tem muita nuance, e mesmo a violência (para isso, ver Selma) é mantida a uma distância segura.
Enfim, isso aqui é mais um de uma longa linhagem que vem de filmes como Erin Brockovich, Nos Bastidores da Notícia, Norma Rae, Alice Não Mora Mais Aqui. É perfeitamente inofensivo, mas é o tipo de produto perfeitamente inofensivo com gente que não costuma ser protagonista de produtos perfeitamente inofensivos como esse. Isso faz com que, além de perfeitamente inofensivo, em 2017 ele seja um filme necessário. Não à toa, foi um sucesso absoluto de bilheteria. É redondinho.
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Fences: teatro filmado daqueles superantiquados, mas devidamente ancorado numa atuação monumental de Denzel Washington, talvez no grande momento da sua carreira. Ele não baixa o tom da transição do palco para a tela e defende um personagem maior que a vida com notável aplomb. Sua fala parece maníaca; sua mania de grandeza, insuportável. Mas de repente vem o silêncio e é impossível olhar para qualquer outro lugar da tela. A sua presença se impõe.
Viola Davis repete a sua rotina com excelência, com o célebre catarro e tudo na hora do choro. Ela vai ganhar o Oscar, mas será uma das maiores marmeladas da história. Não é coadjuvante nem aqui nem na China.
Infelizmente, ao contrário de outros teatros filmados recentes - como os dois últimos filmes de Polanski - não há mais nada o que dizer do filme além dos atores. Não sei se foi preguiça ou otimização, mas não há uma imagem sequer que chame atenção na coisa toda.
Viola Davis repete a sua rotina com excelência, com o célebre catarro e tudo na hora do choro. Ela vai ganhar o Oscar, mas será uma das maiores marmeladas da história. Não é coadjuvante nem aqui nem na China.
Infelizmente, ao contrário de outros teatros filmados recentes - como os dois últimos filmes de Polanski - não há mais nada o que dizer do filme além dos atores. Não sei se foi preguiça ou otimização, mas não há uma imagem sequer que chame atenção na coisa toda.
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