sábado, junho 17, 2006

Um dia gatinha manhosa eu pego você

Depois de ver Meus Dois Carinhos confirmei a impressão que após Picnic, Vertigo e Sortilégio de Amor. Não há mulher como Kim Novak, a mais sexy do cinema. Não bastasse o corpão, os traços perfeitos, ela projeta uma vulnerabilidade irresistível. Sempre olha pra baixo, fala rouco, não encara nunca, insegura, cheia de problemas existenciais, como uma atriz francesa fazendo filme com Kieslowski. Talvez não. Seu tipo é exuberante demais pra isso. Ela merece diretores que registrem seu caminhar felino, manhoso, sua movimentação preguiçosa, blasè - no melhor sentido que esta palavra pode ter.
Vale ver qualquer filme com ela - mesmo Meus Dois Carinhos, que de bom só tem ela e a música, de Rodgers & Hart. Pobre Rita Hayworth, que completa um triângulo amoroso com Frank Sinatra. Hayworth só pega no P&B, e pouca gente foi tão deslumbrante quanto ela no striptease de Gilda, ou em Bonita Como Nunca. Competindo com Kim Novak, no colorido que lhe desfavorece, já sem o vigor da juventude e com alguns figurinos que demonstram sua inferioridade física, Hayworth não tem a menor chance.



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Outro tipo de beleza presente num filme que vi recentemente é a de Grace Kelly em Alta Sociedade. Menos humana, mais deusa, aristocrata, princesa. Elegante, num mundo ideal seria a esposa e Novak, a amante. Neste filme em particular ela atua direitinho, mas não tem a arrogância irritante que Katharine Hepburn imprimiu ao papel no original, Núpcias de Escândalo. Hepburn pode ser muito melhor atriz, mas isso não importa muito. Basta olhar pra Grace Kelly:


E ficar olhando.

Se bem que às vezes, quando o filme é muito ruim (Gilda?), ficar olhando pruma atriz bonita não basta. Alta Sociedade tem bons atores (embora todos sejam inferiores aos de Núpcias de Escândalo), e a música de Cole Porter. Now You Has Jazz e Little One estão entre as minhas canções preferidas de musicais.

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