Hoje é aniversário de morte de Ella Fitzgerald. Morreu em 1996.
Posso escrever com segurança que a voz d'Ella é a minha preferida entre todos os cantores que já ouvi. Há uma história que Ruy Castro conta em Saudades do Século XX que não me lembro direito, mas é mais ou menos assim: um crítico preferia Billie Holliday a Ella Fitzgerald porque pensava que, quando ambas cantavam sobre a ausência do homem amado, Billie parecia abandonada para sempre enquanto o companheiro de Ella havia somente ido à padaria. Isso porque enquanto Billie era famosa por sua vida desregrada e sua voz sofrida, Ella era "correta" e era tecnicamente perfeita. Como se ser perfeita fosse demérito (!), como se a perfeição fosse incapaz de emocionar (!).
Na verdade, na sua habilidade, Ella conseguia comover interpretando desde a mundanidade de Love For Sale até a sofisticação de You're the Top - isso só pra ficar só no universo de Cole Porter. Por isso, mesmo maravilhosa, Billie Holiday foi preterida em seu favor para o projeto da Verve de gravação dos songbooks dos grande compositores americanos, como os irmãos Gershwin, Rodgers & Hart e Jerome Kern. O resultado é genial.
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