Durante a última quinta, dia dos namorados, tentei postar várias vezes alguma coisa romântica por aqui. Uma cena de amor, uma lista de filmes com muito romance, mas achei tudo muito óbvio e repetido. Não os filmes, mas minha idéias escritas sobre eles. Como diz aquela letra, todo dia é dia dos namorados, e eu sempre falo dessas coisas de amor por aqui.
Com um dia de atraso, resolvi então postar a música que, ultimamente, sempre me vem à cabeça quando o assunto é amor. Sempre pensei em Mania de Você como um standard brega, um dos momentos de concessão de uma artista provocadora e inteligente como Rita Lee. Enfim, não havia reparado muito na música.
Há uns dois meses, revisitei o Acústico MTV que Rita gravou tem mais ou menos dez anos, e fiquei espantado pela beleza que Mania de Você ganha no dueto com Milton Nascimento, com arranjos floreados, cheios de violino. Poderia ser brega ao quadrado - o rasteiro querendo ser sofisticado - e, talvez seja. Verdade é que, do jeito que a música ficou, independentemente de rótulos, o tiro é certeiro no coração. (EDIT: Fui advertido que essa frase ficou brega. Não faz mal. Tá no clima).
A coisa que eu mais gosto é como o ritmo estendeu a duração da canção. Em dueto, essa lentidão me remete a algum momento de encantamento post coitum, olho no olho, reconhecimento da paixão no cansaço. O escândalo que a música provocou nos anos 70 se converte num deleite quase conservador, o sexo apaixonado de marido e mulher que não perderam a sintonia.
Sensacional:
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