Há uma qualidade nas imagens que me lembra o adjetivo utilizado para definir alguns filmes de Visconti, especialmente os primeiros: obras antropocêntricas, ou seja, o diretor atira a câmera contra o corpo dos atores.
Apesar de não deixar de ser um filme de época inglês, o filme quebrou alguns tabus. Foi o primeiro "mainstream" com cenas de nu frontal masculino: a célebre e exaustiva luta de Alan Bates e Oliver Reed e a fuga de Bates na bosque, sangrando, após ser ferido na cabeça pela ex-namorada. Glenda Jackson também foi a primeira atriz a vencer um Oscar por uma atuação que conteve cenas de nudez. Não apenas nudez, mas sexo, sem nenhuma glamourização.
Jeannie Lindon e Alan Bates
Por outro lado, Russell mina o impacto que essa história tinha no livro, pulando rapidamente entre os fatos do plot. Parece querer botar o livro todo na tela, e acaba comprimindo um catatau em pequenos flashes, apressados. Cenas fortes como as do afogamento, da morte do pai, e principalmente o final sofrem muito com esse corre-corre.
Ou fizesse um filme de 3h30 para captar a lentidão narrativa de Lawrence, sua principal arma para contrapôr razão e sensibilidade (o instinto força o rompimento contra um cenário de tédio), ou fizesse algo mais conciso e focado, cortando eventos do livro para lhe ser mais fiel.
Ou fizesse um filme de 3h30 para captar a lentidão narrativa de Lawrence, sua principal arma para contrapôr razão e sensibilidade (o instinto força o rompimento contra um cenário de tédio), ou fizesse algo mais conciso e focado, cortando eventos do livro para lhe ser mais fiel.
Um comentário:
Sugestão: quando falar de um filme, inclua embaixo se foi no cinema, se baixou na internet, ou se tem em alguma locadora (e qual).
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