sábado, setembro 13, 2008

Marcando passo

Um Garota Dividida em Dois... Chabrol me parece preso num limite auto-imposto de qualidade. Desde Mulheres Diabólicas, de 90 e poucos, ele não chega à genialidade de jeito nenhum, mas também não erra. É desconcertante ver um filme prazeroso como esse, e, ao mesmo tempo, lembrar que o diretor já foi muito mais longe e parece não ter mais disposição de ser sublime como sabe ser.

Na Folha, Inácio Araújo estava encantado pela pouca vontade de impressionar deste novo Chabrol. Eu gosto e não gosto. Por um lado, estamos totalmente livres de firulas, maneirismos e outras besteiras de diretores que não sabem o que fazer atrás da câmera (Sean Penn?). Por outro, tanta segurança está a serviço de quê?




De um filme sólido e apenas sólido. Trocava as seis últimas obras boas dele por apenas mais um filme brilhante, algo do nível de O Açougueiro, A Besta Deve Morrer, ou A Mulher Infiel.

Para não falar dos prazeres de Uma Garota Dividida em Dois sem ser complacente, fiquemos nos atores: Ludivine Sagnier é extraordinária. O papel de loura inexperiente e meio inculta não é fácil, e me impressiona como ela passa ao largo da caricatura de Marilyn Monroe e encontra um prumo de normalidade num papel que tende ao exagero. De algum jeito, é uma atuação que me lembra Rosane Mulholland, também perfeita em Falsa Loura. Não precisa nem dizer que são duas mulheres belíssimas, claro.

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